Encanador Márcio Simas

Cerca de 15 famílias na Vila do Povo, no município de Paço do Lumiar estão vivendo momentos de tensão e tristeza com a possibilidade de serem despejadas. A ordem judicial recebida por eles determina que os lotes da quadra 13 sejam reintegrados a uma empresa de imobiliária. A ação já foi iniciada desde 2007, mas as famílias não tinham conhecimento do processo para retirá-las do local.
Segundo afirmações dos moradores, o fundador da ocupação, Genivaldo Cunha dos Santos, para quem estão direcionadas as intimações do processo, sabia de tudo que estava acontecendo, mas não informou aos mais interessados. Às 6h da manhã desta quarta-feira encerra o prazo para a saída das famílias e com a reintegração de posse, as casas serão derrubadas. Mas a intimação com essa informação só chegou às mãos dos moradores na última quinta-feira, dia 2.
Na manhã desta terça-feira, os moradores fizeram mais uma manifestação. Eles concentraram-se inicialmente em frente na Vila do Povo e de lá seguiram para a Prefeitura de Paço do Lumiar onde fizeram manifestação para reivindicar apoio da prefeita Bia Venâncio.
Com gritos de ordem, faixas e foguetes iam chamando a atenção do restante da população. Nas faixas as frases clamavam pelo direito à moradia. As famílias estão no local há cerca de três anos e investiram dinheiro na construção de casas de alvenaria.
“Todo o dinheiro que eu tinha eu gastei para construir a minha casa, onde moro com minha mulher e mais quatro filhos. Até plantação eu tenho aqui. E agora? Para onde eu vou? Como posso achar um lugar para morar assim desse jeito”, lamentou o açougueiro José de Ribamar Silva.
“Estou lutando junto com eles, pois é muito triste perder a casa assim. Depois pode acontecer a mesma coisa com o restante dos moradores da vila” disse a dona de casa, Ione Costa. Após reunião com o Procurador da prefeitura de Paço do Lumiar, Álvaro Valadão, a comissão de moradores da Vila do Povo ouviu garantias de que 15 famílias serão incluídas no programa habitacional de 60 casas. A previsão para o término da obra foi estipulada em no máximo três meses.
“Faremos o que for preciso, vamos dar assistência e ver o melhor caminho para que ninguém fique prejudicado, nem o suposto dono da terra, nem os atuais moradores”, afirmou o procurador.